quarta-feira, 14 de julho de 2010

em branco




Engraçado olhar para a tela em branco, e todo o potencial que ela tem para ser escrita.
Eu pensei em escrever sobre corpo, sobre homeopatia, sobre um filme (k-pax), sobre uma música (Maria Joana), mas acabei com vontade de escrever sobre o vazio.

Esse vazio sobre o qual eu falo não é a simples ausência de objetos, mas sim o espaço onde há potencial pra qualquer tipo de coisa se manifestar.

É comum chegarmos a um lugar novo, a uma pessoa nova, ou a um filme novo com muitas idéias e perguntas, com julgamentos e preconceitos. E é elementar que toda essa bagagem distorça a nossa experiência.
Também é provável que nosso senso comum entenda a palavra 'desprendimento' como algo radical e frio, como uma interdição ao desejo e renúncia ao que é mundanamente prazeroso.

Mas é possível enxergar beleza nessa experiência de esvaziar, e encarar o novo lugar, a nova pessoa ou o novo filme com a maravilha de uma criança pequena que olha tudo espantada como se fosse a primeira vez.

Mantenha sempre uma mente de principiante, encare todo e qualquer ser como um mestre que tem muito a ensinar (e isso não quer dizer se indispor a ensinar também!)

Abra bem a palma da mão onde pousa o que se ama, porque com as mãos abertas e o copo vazio, você comporta todo um universo, e abra mão de querer ter sempre razão, porque com esse desprendimento é perfeitamente possível se deliciar com as maravilhas do mundo manifesto, assim como entender que é perfeito com aquilo que se é, aqui e agora.

Um comentário:

  1. aahh!! to adorando esse rapha escritor.
    deu saudade de conversar com você em caminhadas socráticas.

    ResponderExcluir