terça-feira, 30 de março de 2010

Sons


Para quem gosta do Toquinho e de violão em geral, vou compartilhar aqui uma música que me agrada bastante, de seu professor Paulinho Nogueira.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Valor


Um executivo americano tirou férias e foi para uma pequena vila de pescadores no litoral do México, por ordens médicas. Sem conseguir voltar a dormir por causa de uma ligação urgente do escritório, na primeira manhã ele saiu para dar uma volta no píer, para esfriar a cabeça. Um pequeno barco com um único pescador atracava, e dentro do barco havia vários atuns robustos. O americano cumprimentou o mexicano pela qualidade dos peixes.

“Quanto tempo levou para pescá-los?”, perguntou o americano.

“Apenas um pouquinho”, o mexicano respondeu em inglês surpreendentemente bom.

“Por que você não ficou mais tempo para pescar ainda mais peixes?”, o americano tornou a perguntar.

“Eu tenho o bastante para sustentar minha família e dar um pouco para os meus amigos”, disse o mexicano enquanto tirava os peixes do barco e os colocava em uma cesta.

“Mas... o que você faz com o resto do seu tempo?

O mexicano olhou para ele e sorriu. “Eu acordo tarde, pesco um pouco, brinco com meus filhos, tiro uma sesta com minha esposa, Julia, e dou uma volta pela vila à noitinha, para beber vinho e tocar violão com meus amigos. Tenho uma vida completa e bastante cheia, señor.”

O americano deu uma gargalhada e se empertigou. “Senhor, eu tenho um MBA em Harvard e posso ajudá-lo. Você deveria passar mais tempo pescando e, com os lucros maiores, comprar um barco maior. Em pouco tempo, você poderia comprar vários barcos com o aumento em seus rendimentos. Finalmente, poderá ter uma frota de barcos de pesca.”

Ele prosseguiu: “Em vez de vender sua pesca para um intermediário, poderia vender diretamente para os consumidores, finalmente abrindo sua própria fábrica de enlatados. Você controlaria a produção, o processamento e a distribuição. Teria que sair deste pequeno vilarejo de pescadores, é claro, e mudar-se para a Cidade do México, depois para Los Angeles e finalmente para Nova York, de onde poderia gerir seu império em expansão com a administração adequada.”

O pescador mexicano perguntou: “Mas, señor, quanto tempo isso vai levar?”.

Rapidamente, o americano respondeu: “Quinze a 20 anos, 25 no máximo.”

“Mas e aí, señor?

O americano riu e respondeu: “Essa é a melhor parte. Quando for a hora certa, você poderá vender ações de sua empresa na bolsa e se tornar muito rico. Você poderia ganhar milhões”.

Milhões, señor? Mas e aí?”

“Aí você poderia se aposentar, mudar-se para um pequeno vilarejo na praia, onde você poderá acordar tarde, pescar um pouco, brincar com seus filhos, tirar a sesta com sua esposa e passear na vila à noitinha para beber vinho e tocar violão com seus amigos...

domingo, 28 de março de 2010

Caminhos



"A criança começa ligando-se à mãe como o 'terreno de todo ser'. Sente-se desamparada e necessita do oniabrangente amor da mãe. Volta-se depois para o pai como o novo centro de suas afeições, sendo o pai um princípio orientador do pensamento e da ação; nesta etapa, tem como motivo a necessidade de adquirir o louvor do pai e evitar o seu descontentamento. Na etapa da plena maturidade, liberta-se da pessoa da mãe e da do pai como forças de proteção e de comando; estabelece os princípios materno e paterno dentro de si. Torna-se o pai e a mãe de si mesma: é pai e mãe.

Na história da raça humana vemos - e podemos prever - o mesmo desenvolvimento: do início do amor por Deus como a ligação desamparada a uma Deusa mãe, e pela ligação obediente a um Deus paternal, até o estado amadurecido em que Deus deixa de ser uma força exterior, em que o homem incorpora a si mesmo os princípios de amor e justiçca, em que se torna um com Deus, e em que pode chegar ao ponto de só falar de Deus em sentido poético e simbólico."

sexta-feira, 26 de março de 2010

Sexta-feira


Para todos, um bom final de semana!

quarta-feira, 24 de março de 2010

barulhos "externos" impedem que escutemos a nós mesmos

- Não comece um período de Zazen sem considerar porque você se senta. Saiba sua intenção. Saiba que não existe "nenhum lugar aonde ir, nada a alcançar." Esteja consciente de pensamentos ambiciosos.

- Verifique sua postura. Independentemente de como se sentar, o corpo deve estar ereto (mas não rígido), equilibrado, e relaxado. O local de se sentar deve estar limpo e confortável. ( Mas nós podemos praticar em qualquer local e em qualquer posição - mesmo deitados, se doentes ou exaustos).

- Sente-se todos os dias. Tente não perder mais de um dia na semana. Se a resistência vier (é uma parte normal da prática), esteja consciente de que isto consiste em pensamento; e como todo pensamento, ela não precisa dominar você. Apenas observe-a. Sinta-a no seu corpo. E não se intimide nunca.

- Uma vez por semana, sente-se por 10 a 15 minutos a mais do que você gostaria de se sentar.

- Não se torne obcecado pela prática. Em nenhuma hipótese o trabalho ou as responsabilidades familiares devem ser negligenciados em favor do sentar.

- Quando estiver chateado, não evite o sentar. Por mais difícil que possa ser, é crucial sentar quando as dificuldades surgem.

- Saiba que o sentar é simplesmente manter a consciência do corpo e da mente. Esteja consciente de qualquer desejo de fazer do sentar uma fuga da vida para entrar em estados de transe pacífico; tais estados podem ser sedutores mas não servem para nada.

- Esteja consciente de que o período de lua-de-mel para os novos praticantes é freqüentemente seguido por resistência, possível turbulência, e irrompimentos emocionais. Apenas continue praticando com particular ênfase em sentir as sensações do seu corpo.

- Esteja consciente de que "atingir algo" através da prática (tal como uma clareza especial, insights, mente pacífica) não é o ponto. Isso pode ocorrer - mas o ponto é sua consciência do que quer que esteja acontecendo, incluindo confusão, desencorajamento ou ansiedade.

- Mantenha sua prática para si mesmo. Não tente ensinar os outros. Deixe seus amigos e sua família em paz. Existe um velho ditado que diz, "deixe que peçam três vezes..." O que você pode dar aos outros é como você vive.

- Não gaste o tempo da prática em planejamento. Não existe nada de errado em planejar, mas escolha um outro momento para isso. Se tiver pensamentos sobre planos quando estiver sentado, rotule-os.

- Na vida diária, esteja bastante atento ao desejo de fofocar ou reclamar, de julgar os outros ou a si mesmo, de se sentir superior ou inferior.

Toda a prática pode ser resumida em (1) observação do processo mental e (2) a experiência das sensações corporais presentes. Nem mais e nem menos.
E finalmente, lembre-se que a verdadeira prática não é sobre técnicas ou koans ou qualquer outra coisa como um fim em si mesmo, mas sim sobre a transformação da sua vida e da minha. Não existem "soluções mágicas". Nossa prática é sobre a nossa vida e nós praticamos para sempre.

terça-feira, 23 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Peaceful Warrior



Recomendo este filme, o 'Peaceful Warrior', aproveitando o gancho dos últimos assuntos publicados sobre consciência, percepção e amor.
A tradução aqui no Brasil pode ser encontrada como 'Poder além da vida', título que pessoalmente não me agrada.

Posso emprestar para quem quiser, e quem não tiver tempo, dê uma olhada em algumas das lições do filme publicadas neste site (em inglês. em breve providencio uma tradução da página):
http://www.lifecho.com/peaceful-warriors-21-teachings/

Uma ótima semana!

domingo, 21 de março de 2010

Wilhelm Dilthey


As ciências do espírito teriam como objeto o homem e o comportamento humano; para Dilthey é possível, diante do mundo humano, adotar uma atitude de "compreensão pelo interior", ao passo que, diante do mundo da natureza, essa via de compreensão estaria completamente fechada. Os meios necessários à compreensão do mundo histórico-social podem ser, dessa maneira, tirados da própria experiência psicológica, e a psicologia, deste ponto de vista, é a primeira e mais elementar das ciências do espírito. A experiência imediata e vivida na qualidade de realidade unitária (Erlebnis) seria o meio a permitir a apreensão da realidade histórica e humana sob suas formas concreta e viva.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Limpando



Você já varreu seu chão hoje?

quarta-feira, 17 de março de 2010

Amor verdadeiro



"O amor não é, primacialmente, uma relação para com uma pessoa específica; é uma atitude, uma orientação de caráter, que determina a relação de alguém para com o mundo como um todo, e não para com um 'objeto' de amor. Se uma pessoa ama apenas a uma outra pessoa e é indiferente ao resto dos seus semelhantes, seu amor não é amor, mas um afeto simbiótico, ou um egoismo ampliado."

terça-feira, 16 de março de 2010

Café da manhã dos campeões


"Devemos tentar oferecer nossa presença para cada refeição. Podemos começar a praticar já no momento em que nos servimos, refletindo sobre quantos elementos, como a chuva, o sol, a terra, o ar e amor se reuniram para constituir essa refeição. De fato, através da comida podemos ver que o universo inteiro está sustentando nossa existência."

domingo, 14 de março de 2010

Contemplação




"(...) Assim, um homem é considerado ativo quando faz negócios, estuda medicina, trabalha numa usina, fabrica uma mesa ou se dedica a esportes. Todas essas atividades tem algo em comum: dirigem-se para um alvo exterior a ser alcançado.
(...) De outro lado, alguém que se assente calmo e contemplativo, sem outro alvo que não o de experimentar-se e à sua unidade com o mundo, é considerado como 'passivo', porque não está 'fazendo' coisa alguma. E, na verdade, esta atitude de meditação concentrada é a mais alta atividade que existe, uma atividade da alma, só possível sob condições de independência e liberdade interiores."

sábado, 13 de março de 2010

Compreensão



"Quem nada conhece, nada ama.
Quem nada pode fazer, nada compreende.
Quem nada compreende, nada vale.
Mas quem compreende também ama, observa, vê...
Quanto mais conhecimento houver inerente numa coisa, tanto maior o amor...
Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo, como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas."

sexta-feira, 12 de março de 2010

...de ontem em diante


"De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho
Eu apóstolo contigo que não sabes do evangelho
Do versículo e da profecia
Quem surgiu primeiro? o antes, o outrora, a noite ou o dia?
Minha vida inteira é meu dia inteiro
Meus dilúvios imaginários ainda faço no chuveiro!
Minha mochila de lanches?
É minha marmita requentada em banho Maria!
Minha mamadeira de leite em pó
É cerveja gelada na padaria
Meu banho no tanque?
É lavar carro com mangueira
E se antes, um pedaço de maçã
Hoje quero a fruta inteira
E da fruta tiro a polpa... da puta tiro a roupa
Da luta não me retiro
Me atiro do alto e que me atirem no peito
Da luta não me retiro...
Todo dia de manhã é nostalgia das besteiras que fizemos ontem"

quinta-feira, 11 de março de 2010

Gobo - food for the five senses



ensopado de curry da Malásia cozido lentamente, com papaya picado e arroz de côco.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Simplicidade (música)



Vai diminuindo a cidade
Vai aumentando a simpatia
Quanto menor a casinha
Mais sincero o bom dia

Mais mole a cama em que durmo
Mais duro o chão que eu piso
Tem água limpa na pia
Tem dente a mais no sorriso

Busquei felicidade
Encontrei foi Maria
Ela, pinga e farinha
E eu sentindo alegria

Café tá quente no fogo
Barriga não tá vazia
Quanto mais simplicidade
Melhor o nascer do dia

sábado, 6 de março de 2010

Num meio-dia de Primavera















"Num meio-dia de Primavera
Tive um sonho como uma fotografia.
Vi Jesus Cristo descer à terra.
Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
A correr e a rolar-se pela erva
E a arrancar flores para as deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se longe.

(...)

Um dia que Deus estava a dormir
E o Espirito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e roubou três.
Com o primeiro fez com que ninguém soubesse que ele tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu no primeiro raio que apanhou.
Hoje vive na minha aldeia comigo.
É uma criança bonita de riso e natural.
Limpa o nariz ao braço direito,
Chapinha nas poças de água,
Colhe as flores e gosta delas e esquece-as.
Atira pedras aos burros,
Rouba a fruta dos pomares
E foge a chorar e a gritar dos cães.
E, porque sabe que elas não gostam
E porque toda a gente acha graça,
Corre atrás das raparigas
Que vão em ranchos pelas estradas
Com as bilhas às cabeças
E levanta-lhes as saias.

A mim ensinou-me tudo.
Ensinou-me a olhar para as coisas.
Aponta-me todas as coisas que há nas flores.
Mostra-me como as pedras são engraçadas
Quando agente as tem na mão
E olha devagar para elas.

(...)

A Criança Nova que habita onde vivo
Dá-me uma mão a mim
E outra a tudo que existe
E assim vamos os três pelo caminho que houver,
Saltando e cantando e rindo
E gozando o nosso segredo comum
Que é saber por toda a parte
Que não há mistério no mundo
E que tudo vale a pena.

(...)

Damo-nos tão bem um com o outro
Na companhia de tudo
Que nunca pensamos um no outro,
Mas vivemos juntos e dois
Com um acordo íntimo
Como a mão direita e a esquerda.

Ao anoitecer brincamos as cinco pedrinhas
No degrau da porta de casa,
Graves como convém a um deus e a um poeta,
E como se cada pedra
Fosse todo o universo
E fosse por isso um grande perigo para ela
Deixá-la cair no chão.

Depois eu conto-lhe histórias das coisas só dos homens
E ele sorri porque tudo é incrível.
Ri dos reis e dos que não são reis,
E tem pena de ouvir falar das guerras,
E dos comércios, e dos navios
Que ficam fumo no ar dos altos mares.
Porque ele sabe que tudo isso falta àquela verdade
Que uma flor tem ao florescer
E que anda com a luz do Sol
A variar os montes e os vales
E a fazer doer aos olhos os muros caiados.

Depois ele adormece e eu deito-o.
Levo-o ao colo para dentro de casa
E deito-o, despindo lentamente
E como seguindo um ritual muito limpo
E todo materno até ele estar nu.

(...)

Esta é a história do meu Menino Jesus.
Por que razão que se perceba
Não há-de ser ela mais verdadeira
Que tudo quanto os filósofos pensam
E tudo quanto as religiões ensinam ?"

terça-feira, 2 de março de 2010

em viagem



"em viagem -
alguns versos de Rilke
e uma tangerina"