terça-feira, 17 de agosto de 2010

raízes




Algumas das coisas que tem marcado minha fase atual são questionar e observar a falta de noção e interesse que as pessoas tem pela política (incluindo a mim próprio); como em certos lugares e grupos a cultura e a história brasileira são valorizadas e vivenciadas; e a relação das pessoas com o trabalho.

É um momento nem sempre confortável, mas um tanto quanto delicioso.

Vale a pena relatar uma experiência de ontem à noite, que foi o impulso final pra sentar e escrever, junto com uma manhã extremamente favorável.

Conheci, finalmente, a comunidade Samba da Vela, em Santo Amaro.

E entre todas essas reflexões, de trabalho, cultura e política, me desliguei um pouco de mim mesmo e me deixei levar por música de altíssima qualidade (samba de verdade eu diria!), pessoas mais velhas do que eu e de uma simpatia envolvente, e como se não bastasse, um pouco depois de a vela se apagar, fui servido com saboroso caldo de galinha com salsão e coentro!

Não cheguei, óbvio, a nenhum tipo de conclusão sobre essas idéias que me (re)visitam. Entretanto, ouvindo os seguintes versos senti meus pé se enterrarem no chão de cimento como se fosse terra, e me senti em contato com as minhas mais profundas e antigas raízes, e então desejei comigo mesmo:

'Se o mundo está dividido entre aqueles que gostam de por-do-sol e aqueles que não gostam ou são indiferentes a ele, espero que a idade, o trabalho ou qualquer outra passagem não me tirem deste primeiro grupo, onde eu me sinto tão em casa'.


"O samba vem de nossas raízes
Conta a história de nossa gente
O samba está no sangue do Brasil
De brancos, índios e afro-descendentes"

terça-feira, 10 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Camomila



"Chá Leão Camomila é assim mesmo, fala baixinho, saboreando calmamente cada palavra. Para ele, rápido é coisa que só acontece em filmes de ação. Se o mundo passasse em câmera lenta, a Camomila ia ficar feliz, tão feliz que ia passar a tarde inteira na rede. Indo e vindo, até o dia cair bem tranquilo."

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

um sonho bom




E então, depois de rever diversos amigos em uma noite muito agradável, eu me deitei no meu colchão novo e tive um sonho mais ou menos assim:

Era um dia de bastante sol, e céu completamente azul. Cheguei, dirigindo, em uma rua cheia de lindas casinhas. Sem cerca, sem portão, sem muro e sem prédios.
Fui recebido com coisas típicas do meu país: música boa, comida ótima, e uma família alegre e simpática! Enfim, recebido em um lugar onde reinava a alegria. Com abraços gostosos e sorrisos impactantes.
Cumprimentei todos, um a um, e fiz meu pratinho: arroz bem temperado, berinjela picada com abobrinha e azeitona, uma farofa diferente e linguicinha com pimenta.

Lá tinha um cachorro amigável e agitado, e crianças jogando bola. Tinha casais e irmãos assando a carne, e velhinhos assistindo TV no sofá.
Sai pra passear com o cachorrinho e meninas lindas que me acompanharam.
Como não podia deixar de fazer, tirei um cochilinho depois de comer e bater papo.
Quando acordei comi um pouco mais.
Como estava havendo uma comemoração de aniversário (de um rapaz jornalista de quem fiquei muito amigo) também comi doces e bolos, assistindo às crianças se lambuzarem de brigadeiro de colher. Além do aniversariante, algumas pessoas da família fizeram pequenos discursos, e marejei os olhos emocionado quando a mãe dele falou da sua maturidade e conquistas.

No dia seguinte, acordei nesse mesmo lugar, e ao olhar na janela vi um imenso espaço verde com vacas e outros animais andando tranqüilamente. O céu continuava azul com muito sol, e um silêncio delicioso.
Me aprontei e fui, com essa família de que tanto gostei, para a missa em uma pequena comunidade rural. Relembrei cantos cristãos da minha época de colégio, e ouvi o padre com atenção. Era comemoração de aniversário de um senhor de 81 anos, e da cura de uma mulher extremamente simpática e carinhosa, que superou alguns problemas de saúde.

Em seguida fomos para uma chácara aconchegante que comportou todos os membros da família presentes, além de amigos e vizinhos. Comi a melhor mandioca cozida da minha vida.
Lá a música corria solta e todos dançavam com muita alegria e energia. Lembro de duas mulheres dançando uma música longuíssima e ótima dos Novos Baianos, ganhando uma aposta de quem conseguiria dançar a música até o fim.
Teve forró, piscina, Corinthians x Palmeiras, bate bola, bate papo. E assim veio o entardecer, o sol foi abaixando e anoiteceu.

Voltei pra casa da família, lavei meus pés sujos, e mais uma refeição gostosa me esperava... Uma torta de batata recheada e salada.
Comi, agradeci a família, e agradeci a vida por ter tido uma oportunidade tão boa, e sai me despedindo.

Entrei no carro, naquela rua cheia de casinhas lindas, e acordei no meu colchão novo.